Artista

Antonio Tarragó Ros

DOS EN UNO VOL 1

2003

17 BAILE DE FRONTEIRA

É num baile de fronteira
que a gente pode aprender
esse balanço safado
de se dançar chamamé

Tem que ter manha no corpo
pra sapatear tem que ter
tranco de sapo baleado
e jeitão de jaguaretê

Tudo começou em Corrientes
num baile veja você
também se orelhava um truco
que é um modo de se entreter

Um ás que sobrou na mesa
bastou pra coisa ferver
e a cachaça brasileira
alguma culpa há de ter

Se foi tiro ou cimbronaço pago pra ver
deixa que venha no braço
pra se entender
se o facão marca o compasso
deixa correr
enquanto sobrar um pedaço
vamo metê

Se foi tiro ou cimbronaço pago pra ver
deixa que venha no braço
pra se entender
se o facão marca o compasso
deixa correr
enquanto sobrar um pedaço
vamo metê

En un baile de frontera
Borges supo aprender
del ....... galopeado
del danzar del chamamé
sentirse sapo baleado
y un poco yaguareté

Todo empezó allá en Corrientes
en un truco fíjese
cinco ases en la mesa
larguen eso cieguese
y al terminar los balazos
recomenzó el chamamé

O gaiteiro era buerana
não deixou o baile morrer
parou um valseado de seco
e sapecou um chamamé

Ficou só um casal dançando
gritando oiga-le-tê
que por quatro ou cinco tiros
não vamos se aborrecer

Dançar na ponta da adaga
não é tomar tererê
tem que cordear pros dois lados
fazendo o poncho esconder

Daí surgiu esse tranco
que foi até o amanhecer
quanto mais corria bala
melhor ficava pra ver

Se foi tiro ou cimbronaço pago pra ver
deixa que venha no braço pra se entender
se o facão marca o compasso deixa correr
enquanto sobrar um pedaço
vamo metê

Se foi tiro ou cimbronaço pago pra ver
deixa que venha no braço pra se entender
se o facão marca o compasso deixa correr
enquanto sobrar um pedaço
vamo metê.